A rosticidade na National Geographic

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Na segunda-feira, 12 de junho, o integrante do TCAv Marcelo Salcedo Gomes defendeu a sua tese de doutorado A Rosticidade da Tecnocultura na Galáxia National Geographic diante de uma banca de avaliadores. Os professores Irene de Araújo Machado (USP), Miriam de Souza Rossini (UFRGS), Cybeli Moraes (UNISINOS) e Gustavo Fischer (UNISINOS) compuseram a banca ao lado da orientadora Suzana Kilpp (UNISINOS). Após a apresentação, as arguições e as respectivas respostas, eles conferiram à tese a nota DEZ. Assim, Marcelo conquistou o título de Doutor em Ciências da Comunicação.

A revista National Geographic é o objeto empírico das pesquisas de Marcelo desde 2010. Ela foi estudada, analisada e perspectivada de diferentes formas na graduação em Jornalismo, no Mestrado e no Doutorado em Ciências da Comunicação. Na graduação, ele tomou as fotografias das edições de National Geographic Brasil do ano de 2009 para investigar o que as faz parecer tão fantásticas. No Mestrado, selecionou retratos publicados nas capas da revista para ver neles a natureza comunicacional de um Contato que desperta para o outro da imagem, para o retratado. E, por fim, no Doutorado, debruçou-se sobre o devir rosto da e na National Geographic.

Especificamente, em sua tese, Marcelo construiu o conceito rosticidade. A rosticidade, segundo o autor, é uma qualidade comunicacional que se atualiza em imagens-rosto. Para ele, o rosto pode ser tanto o rosto humano quanto outra coisa tomada como rosto. Nas questões-problema de sua pesquisa, pergunta o que e como a rosticidade da National Geographic comunica sobre a rosticidade da tecnocultura e, mais especificamente, o que e como a capa da revista, enquanto rosto, comunica sobre a própria revista e o dispositivo midiático. Para construir o seu conceito, Marcelo partiu dos aportes de autores como Walter Benjamin, Gilles Deleuze, Massimo Canevacci e Béla Balázs que trabalham o rosto como imagem de caráter especial e dos conceitos de duração, memória, percepção e imagem de Henri Bergson. Abordou ainda tecnocultura e design – dois conceitos que o TCAv valoriza e procura pensar em grupo. Metodologicamente, para realizar a pesquisa, articulou intuição, cartografia e metodologia das molduras. Marcelo intuiu a rosticidade, primeiro, em um universo de imagens mais amplo, que abrange imagens da TV, do cinema, da fotografia, de redes sociais, de paisagens, de objetos; e depois, na galáxia National Geographic, que abrange tanto a revista quanto os outros produtos midiáticos relacionados a ela – como documentários, programas, canal de TV, DVDs, livros, mapas, dentre outros. A revista e os produtos possuem fisionômicas, segundo Marcelo, e a que mais lhe interessa é a National Geographic Magazine. A partir dela, particularmente, a partir da mudança do design das capas, viu o rosto da revista como as marcas de sua transformação no tempo, conservando a singularidade de sua rosticidade na memória.

Uma das imagens dialéticas da tese de Marcelo Salcedo Gomes (Imagem cedida pelo autor ao site do TCAv)

Assim, então, evidenciou que a rosticidade se manifesta de diferentes formas na tecnocultura e que a rosticidade da National Geographic é uma dessas manifestações. Por isso, o autor da tese usou as palavras universo e galáxia como metáforas. O universo está para a tecnocultura, e a galáxia, para a National Geographic, um sistema que faz parte desse universo.

Em breve, a tese de Marcelo Salcedo Gomes estará disponível para leitura no Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos.


Pesquisas de Marcelo Salcedo Gomes

As Fantásticas Fotografias da National Geographic (Trabalho de Conclusão de Curso)

A Midiatização do Contato nos Retratos da National Geographic (Dissertação)

A Rosticidade da Tecnocultura na Galáxia National Geographic (Tese)


Texto e fotos: Fabricia Bogoni.

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