Entre o belo e o grotesco: a estetização do horror na série Hannibal

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Na quarta-feira, dia 26 de julho, foi realizada a banca de qualificação de mestrado da integrante do Grupo TCAv, Vanessa Furtado. Com o título “A estetização do horror em Hannibal”, a pesquisa busca compreender a construção visual da série, em especial das cenas de crimes, que segundo a pesquisadora se sobressai em relação à narrativa da produção. A banca foi composta pela professora da ULBRA/RA, Dra. Gabriela Machado Ramos de Almeida, pelo professor da Unisinos, Dr. Tiago Ricciardi Correa Lopes e pelo orientador e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos, Dr. João Damasceno Martins Ladeira.

O objeto de pesquisa de Vanessa é a série Hannibal, que conta a história do psiquiatra canibal, Hannibal Lecter. O protagonista é um serial killer que mata suas vítimas e se alimenta de partes de seus corpos. O que chamou a atenção da pesquisadora na produção foi a forma elegante com que as cenas de morte (exposição dos cadáveres) são apresentadas esteticamente, conflitando entre o belo e o grotesco. Sua pré-análise apostou, entre outros aspectos, na dissecação dessas cenas observando questões de luz, cor, enquadramento, composição, etc, o que pretende aprofundar na dissertação. A fundamentação teórica do trabalho se fixa na concepção de 4ª dimensão do cinema de Eisenstein e trabalha a partir de três eixos, a TV (Séries), o Horror (Afeto) e a Visualidade (Construção cinematográfica).

Para demonstrar visualmente seu objeto empírico, Vanessa mostrou imagens das cenas que pretende analisar. No quadro abaixo observamos as seguintes cenas: as meninas fincadas em chifres: uma à luz do sol, outra em uma cabana cheia de chifres; o Glasgow smile; a cena de crime que tem inspiração na figura “Homem Ferido”; o cadáver-árvore que teve seus órgãos trocados por flores; a agente do FBI que teve seu corpo fatiado em diversos pedaços e expostos em lâminas de vidro; o cadáver que teve um braço de violoncelo colocado na garganta a ser tocado com suas cordas vocais e os cadáveres que tiveram parte das costas recortadas e posicionadas como asas.

De acordo com Vanessa, passar por uma avaliação, apesar de ser um momento tenso, é extremamente necessário para o crescimento de um pesquisador. “A fala da banca permitiu enxergar pontos falhos e potências da pesquisa, e ter um retorno positivo do trabalho em andamento dá ainda mais garra para seguir em frente”, completou. A pesquisa terá continuidade até março de 2018, quando enfrentará sua última etapa de avaliação, a defesa da dissertação, que concederá a Vanessa o título de mestre em comunicação.


Texto: Kélliana Braghini

Fotos: Fabrícia Bogoni

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