Construída no pós-guerra, revista pela segmentação do cabo/satélite, a televisão entra no século XXI na força de sua transformação. Depara-se com tecnologias de informação, preparando-se para sua transposição irreversível ao digital. O streaming, ao difundir e produzir imagens que trafegam por todo o mundo – ou quase –, deixa clara tal realidade. Permeado por interfaces, operado por aplicativos, acionado por smartphones, experimentado através de televisões conectadas, este audiovisual se ordena segundo gigantescos acervos e fluxos intermináveis, proporcionando mudanças de impacto na cultura contemporânea. No mundo, esta transformação está em pleno curso. E no Brasil? Parte de um projeto nacional-desenvolvimentista no âmbito de certa modernização pelo alto, reorganizada num instante de liberalização e globalização, como a televisão, aqui, toma parte neste cenário? Talvez, pela imitação de um excesso, que, como de praxe, acontece de modo dúbio. Redes poderosas de tráfego de informação, comandadas por empreendimento globais, convivem com uma capacidade limitada de produção. Estaria o audiovisual, hoje, inserido em outra dinâmica de subdesenvolvimento?
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