ANTOLOGIAS AUDIOVISUALIZADAS NA SÉRIE ELA QUER TUDO

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No dia 11 de agosto de 2020, a pesquisadora Juliana Koetz realizou sua banca de qualificação com o título: “ANTOLOGIAS AUDIOVISUALIZADAS NA SÉRIE ELA QUER TUDO”. 

SOBRE A PESQUISA

Juliana tem como objeto empírico de pesquisa a série Ela quer tudo (2017 – 2019), criada por Spike Lee. A série é uma adaptação do filme de mesmo título lançado em 1986. O trabalho busca analisar a história que a série conta sobre os meios audiovisuais, a partir de sua forma, e suas estratégias para se constituir como uma antologia audiovisualizada. O tema da pesquisa parte de suas próprias inquietações quanto ao audiovisual, em relação ao socio-político e as tecnologias dentro desse meio. 

 O problema da pesquisa é trabalhado de forma bergsoniana, e tem como principal questão a seguinte pergunta: Como as antologias audiovisualizadas se atualizam na série Ela quer tudo? 

Foto 1: Ilustração do PPT de Juliana Koetz

A pesquisa de Juliana tem como objetivo principal entender como a série “Ela quer tudo” torna as imagens contemporâneas de naturezas técnicas diversas. Dentre os objetivos específicos, Juliana pretende encontrar pistas do político nos usos e nas apropriações de tecnologias e estéticas audiovisuais, autenticar as molduras que que produzem sentidos a respeito do audiovisual contemporâneo e identificar as estratégias que a série aplica com o intuito de agrupar fragmentos tecnoculturais e assim, constituindo-se como uma antologia audiovisualizada.

PERSPECTIVA TEÓRICA

A teoria da pesquisa será composta por uma antologia, buscando um tipo especial de coleção, a partir de autores como: Derrida (2001), Foucault (2008), Ranciére (2012) e Borges (2013), que vão auxiliar a pensar nessa união de fragmentos. Também, será abordado como cada software e hardware produz essas multiplicidades do audiovisual, a partir dos conceitos de audiovisualidades de Suzana Kilpp (2009), das marcas tecnográficas de Rodolfo Caesar (2014;2018) e o contemporâneo através de Agamben (2009). Além disso, será estudada a montagem, a composição e a audiovisualidade artística desses criadores, com base nos conceitos de Imagéités de Ranciére (2012), da montagem de Eisenstein (2002), da remixabilidade profunda de Manovich (2011; 2005; 2007), das intermidialidades de Petho (2011), do Teatro Épico de Benjamin (2012) e do padrão de imagem de Krapp (2011) e Menotti (2019). 

Foto 2: as multiplicidades audiovisuais

ARRANJO METODOLÓGICO

A metodologia deste trabalho busca dar conta do empírico “que quer tudo”, por causa da quantidade e variedade de imagens que produzem sentidos diferentes. A flanêrie de Benjamin (2009), é um dos métodos utilizados, de forma a vaguear por territórios de tempos e espaços heterogêneos. Outro método metodológico a ser utilizado será o das molduras, um método de dissecação, que advém de Suzanna Kilpp, de forma a desdiscretizar as imagens audiovisuais que estão produzindo sentidos. A cartografia que está atrelada a esses procedimentos anteriores, que vem para mapear e descrever esse percurso, para então poder se enxergar o que está neste conjunto de imagens. A partir de Abreu (2011), também será utilizado do método de pausas, de forma transitória, para que se possa exibir e organizar as imagens reunidas para exibir as potências encontradas até o momento.

PREPARAÇÃO PARA A QUALIFICAÇÃO

Juliana conta como foi o seu processo de preparação para esta etapa do seu trabalho: “Além de todo o percurso anterior do mestrado e do seminário de dissertação no primeiro semestre desse ano, estudei o texto submetido para o exame.  Isso porque é necessário rearranjar a pesquisa, escolher o que vai para a apresentação, quais elementos do todo realizado até o momento contribuem para ênfase que se busca dar na pesquisa como um todo. Fui montando, ensinando, cronometrando o tempo de apresentação. Isso me permitiu entender onde havia “sobras”. Ensaiei com a minha orientadora também, que ajudou a lapidar a fala e organizar o conteúdo que eu tinha selecionado. 

Também tinha alguma preocupação com orientar a discussão para um caminho que fosse produtivo, ou seja, enfatizar mais os aspectos em aberto, para pensar a pesquisa e não abrir tanto a discussão em pontos que não vão ser tão centrais, por exemplo. Afinal a banca já leu a pesquisa. Entender isso foi importante e veio da orientação também. E ensaiei com pessoas de fora do ppg/ambiente acadêmico, o que ajudou a estruturar, por exemplo, introduzindo o (objeto) empírico melhor já no início da fala, o que eu tinha colocado mais adiante na primeira versão.”

Foto 3: Nola Darling, – personagem principal – de Ela Quer Tudo.

EXPECTATIVAS PARA O PÓS BANCA

Após a banca, Juliana espera: “Produzir artigos a partir da pesquisa, já que agora tem descobertas e formulações mais contornadas. Antes da qualificação tinha bastante dificuldade de produzir artigos, agora já dá pra visualizar eles melhor. Além disso, trabalhar nos pontos do texto que foram apontados pela banca, como revisão, estruturas, sumário, alguns conceitos, autores. Os encaminhamentos de análise e revisar o texto também encaminhando as discussões mais alinhadas com objetivos e perguntas propostos. E descansar nas festas de final de ano.”

A pesquisa “ANTOLOGIAS AUDIOVISUALIZADAS NA SÉRIE ELA QUER TUDO“, de Juliana Koetz, está integrada no grupo de pesquisa TCAv (Audiovisualidades e Tecnocultura: comunicação, memória e design). A defesa ocorreu às 10h, do dia 11 de agosto de 2020, online. A banca foi composta por Sonia Estela Montaño La Cruz (Orientadora), Rafael Sbeghen Hoff (UFAM) e Gustavo Daudt Fischer (UNISINOS).

Texto por: Clara Moraes

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