Entrevista: Comunicação e Jogos

A convite do Prof. Dr. Alex Martire, do curso de Arqueologia da USP, no dia 20 de julho, a tcaviana e doutoranda Camila de Ávila participou de uma entrevista realizada pelo grupo de pesquisa ARISE – Arqueologia Interativa e Simulações Eletrônicas. O grupo vem produzindo uma série de entrevistas com pesquisadores acerca de discussões que contemplam o campo da arqueologia digital e áreas correlatas. O grupo de pesquisa ARISE é vinculado ao Museu de Arqueologia e Etnologia, da USP.

Captura de tela feita pela autora.

Na entrevista, conduzida pelo professor Alex e mais dois membros do grupo, Matheus Morais e Tomás Partiti, foram contempladas algumas questões. O diálogo contemplou: a sua pesquisa; o uso do conceito de archaeogaming pela Comunicação; tecnocultura; interface de jogos; e o jogar hoje – pensando nas comunidades da Twitch, bem como enquanto mulher e jogadora.


Archaeogaming, Comunicação e a Tecnocultura

Ao falar sobre archaeogaming, a doutoranda destacou que é um conceito muito recente ainda e que aos poucos os trabalhos que abordem a temática em meio a comunicação possam ir surgindo. Uma forma de melhor exemplificar o uso do conceito na pesquisa de Camila, foi trazer um pouco da aplicação em sua dissertação:

“Em minha dissertação, junto com a arqueologia das mídias, o archaeogaming surgia como um escopo metodológico. Isso auxiliou na observação de meu objeto, que era a franquia do jogo Diablo. Ao longo do percurso e pela riqueza que a pesquisa se apresentou, ambos se tornaram uma visada teórica-metodológica”, comenta.

Captura de tela feita pela autora.

O conceito de tecnocultura foi um dos pontos importantes da conversa, justamente por serem de áreas diferentes, um conceito caro à nossa linha de pesquisa. Camila, com um olhar mais amplo, contribui para o entendimento acerca do conceito, reforçando a ideia de que a “visada tecnocultural” é um modo de se pensar culturalmente as tecnologias. Assim, é possível assimilar como as práticas culturais e sociais se desenvolve em torno dos avanços tecnológicos – uma reflexão sobre como a técnica contagia o tecido social e vice-versa.


Sobre a experiência

“É muito produtivo quando essas trocas são proporcionadas entre áreas que são correlatas. A área da Comunicação dialoga com facilidade com as demais. Por trabalhar com a arqueologia das mídias, faz com que se tenha um ‘olhar arqueológico’ para as coisas ao redor – um agir/fazer arqueológico. Ter me aproximado e estar trabalhando com o conceito de archaeogaming em minha pesquisa, em conjunto com a arqueologia das mídias, me aproximou um pouco também da arqueologia (ciência): o autor do conceito de archaeogaming é arqueólogo, e a partir daí pude ampliar também o meu olhar e encontrar possibilidades de intersecções com a nossa área da Comunicação. É sempre bom estarmos abertos, em diálogo com outros pesquisadores e áreas. Podem render reflexões produtivas e que agregam ao nosso conhecimento e formação”, acrescenta Camila.


A entrevista completa está disponível no canal do YouTube do grupo de pesquisa ARISE, e também pode ser assistida clicando abaixo.


Texto: Camila de Ávila

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