No dia 16 de abril às 14h, foi defendida a tese, na modalidade online, de David Camilo Mendes Padilha, intitulada “Imagens de Compartilhamento do Consumo na Metrópole Comunicacional”. A banca foi composta pelos professores Dra. Sueli Siqueira (UNIVALE), Dr. Lúcio Siqueira Amaral Filho (UNISC), Dra. Maria Clara Aquino Bittencourt (UNISINOS), Dra. Sonia Estela Montaño La Cruz (UNISINOS) e Dr. Gustavo Daudt Fischer (Orientador).
Sobre a pesquisa
Neste trabalho, David buscou identificar os sentidos produzidos a partir de práticas mercadológicas nas redes digitais no âmbito da globalização do consumo através de imagens publicitárias de três iniciativas de consumo compartilhado – Bike Sampa, Armário Compartilhado e BlablaCar – que circulam na metrópole comunicacional, analisando os objetos pelas perspectivas do compartilhamento como devir tecnocultural e da relação entre imagem e pensamento.
Um dos aspectos abordados no estudo foi a questão do consumo e do compartilhamento na sociedade líquida, investigando como as novas mídias se caracterizam, discussão que resulta em um dos conceitos mais importantes do trabalho: o tecnogesto do compartilhar. “Dessa forma, o compartilhamento digital desmaterializa os bens físicos, mudando a percepção que se tem sobre posse e propriedade, mas sim pelo acesso e pelo uso”, declarou o pesquisador na apresentação. Outros aspectos teóricos levantados foram o do compartilhamento como remediação e das imagens e dos imaginários sociais da cultura do consumo. “O capitalismo se apropria desse imaginário, e as empresas, o comércio, as trocas, são mediadas através dos sentidos que se imprimem nos produtos”, ressaltou David. No referencial teórico, foram utilizados autores como Zygmunt Bauman, Néstor García Canclini, Massimo Canevacci, Theodor Adorno, entre outros.
Arranjo metodológico
A cartografia foi a principal metodologia utilizada no trabalho, como meio de conhecer os artefatos culturais e perceber como nossos pensamentos e comportamentos se organizam diante dos objetos estudados. Foram avaliadas 24 imagens de empresas nativas do ambiente digital, como a loja de aluguel de roupas femininas Armário Compartilhado e a plataforma de caronas de longa distância BlablaCar, e de uma empresa migrante, ou seja, que surgiu antes da midiatização e que teve que se adaptar ao ambiente digital, como o Itaú, banco idealizador da campanha de aluguel de bicicletas Bike Sampa. A escolha de analisar essas iniciativas se deu, respectivamente, por elas retratarem imagens e tecnogestos de horizontalidade da cultura do compartilhamento, de transição entre sentidos de posse e sentidos de uso e de relação com o patrocínio da cultura do compartilhamento.
A banca
A Profa. Dra. Sueli Siqueira (UNIVALE) destacou a leitura agradável da tese e elogiou a abordagem teórico-metodológica do trabalho, ressaltando que, além da cartografia, o pesquisador fez também um estudo de caso. O Prof. Dr. Lúcio Amaral (UNISC) gostou do uso do conceito de tecnogesto e do modo como David aplicou a cartografia na tese, pontuando que a análise apresenta também um olhar semiótico. A Profa. Dra. Sonia Montaño (UNISINOS) declarou que o trabalho avançou bastante em relação à qualificação e percebeu muito bem a questão da ressignificação da posse pelo uso: “Ficaram claros os sentidos de compartilhamento pelos objetos.” Sonia também elogiou a utilização do autor Massimo Canevacci no aporte teórico do trabalho.
A defesa da tese pode ser assistida na íntegra aqui.
Texto: Ananda Zambi
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