#TecnometodologiasTCAv: arquitetura de informação e a emergência do homem na tecnocultura

  • Os textos que compõem esta seção constituem uma investigação dos procedimentos técnico-metodológicos utilizados nas pesquisas de mestrado e de doutorado de integrantes e de egressos do Grupo TCAv.
Título do trabalho: Técnica e Audiovisualidades: arquitetura de informação e a emergência do homem na tecnocultura
Nível: Mestrado
Autor: Ricardo de Jesus Machado
Ano de defesa: 2015
Orientador: Dr. João Martins Ladeira
Tags: técnica; arquitetura de informação; tecnocultura; controle.
Link da tese: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3768

Ricardo Machado é Mestre em Ciências da Comunicação e especialista em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Atualmente, Ricardo é doutorando em Cultura e Significação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e dedica-se aos estudos de semiótica e antropofagia. Atuando também como jornalista no Instituto Humanitas Unisinos (IHU), ano passado o autor compartilhou na matéria “Por onde andam os egressos do TCAv? Ricardo Machado“ sua trajetória como pesquisador e sua perspectiva acerca de sua dissertação.

Na pesquisa desenvolvida no mestrado, o autor aborda atravessamentos entre dimensões da técnica e das audiovisualidades a partir de uma visada tecnocultural, analisando o modelo hegemônico organizacional de Arquitetura de Informação na homepage da versão digital do jornal Zero Hora (ZH)

Para a execução de sua análise, Ricardo divide seu texto em quatro grandes eixos (técnicas, audiovisualidades, estéticas e materialidades), abordando diferentes elementos teórico-práticos que emergem de sua experiência com o empírico e de sua “teimosia”. Tecnometodologicamente, o autor disseca (a partir da proposta de Suzana Kilpp) a homepage da versão digital do ZH, utilizando como base as “regras” estabelecidas por Morville e Rosenfeld na obra “Architecture Information” (2006), servindo como uma espécie de “bíblia” com orientações aplicáveis às interfaces digitais.

A partir da análise desses quatro conceitos – sistema complexo; trabalho invisível; redes de conhecimento e comportamento de busca – o autor reforça o mergulho às audiovisualidades por meio do conceito de tecnocultura, abordando com profundidade questões técnicas para desvendar e clarear o efeito embriagante das interfaces. Para isso, apresenta como os conceitos-chave de Morville e Rosenfild são aplicados teoricamente e as questões que eles visam responder.

A partir disso, ele disseca seu empírico:

Nem todos os elementos são facilmente observáveis, embora presentes e influentes. É o que fica evidenciado a partir do trabalho de Ricardo, que adentra as camadas de programação a partir da abertura dos códigos-fonte do empírico.

Ainda em perspectiva tecnometodológica, é interessante destacar os anexos à dissertação de Ricardo, onde o autor traz outros elementos que embora não componham o objetivo de seu trabalho, foram passos importantes e necessários no desenvolvimento de sua proposta – como as antigas homepages do ZH; a repercussão do novo formato da página através de comentários online; entrevistas; e o percurso de outras visitas à página analisada.

O trabalho de Ricardo é rico em processo e em demonstrar tecnometodologicamente as possibilidades de diversificar e autenticar outras camadas em métodos já consagrados em nosso grupo de pesquisa. Esse movimento se aproxima das considerações finais do autor em sua dissertação, onde pondera acerca da necessidade de “evidenciar e clarear as diversas caixas pretas” que se manifestam nas tecnologias cotidianas e, assim, “transcender a visualidade das interfaces digitais”.

Texto: Lucas Mello Ness e Julia Souza.

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